sábado, abril 29, 2006

A Luz da Carne






















submetida:
você me captura e
me tritura.

me sufoca,
me dá ar.
e eu saro na hora;
pra ter você.

é no teu corpo,
onde termina minha cobiça.

conhece-me profundamente, fulano.
meu âmago grita por ti
quando em mim;
derrama tua poesia.
- teu corpo -

tenho gana de te querer
implorar por teu pôr.
- ódio e amor -

tu me causa um gozo infinito,
mordente.

exalta minha fertilidade.
que faz brilhar,
linda;
uma nova vida.
- nós -

quarta-feira, abril 26, 2006

beijo






















Beijo.
um bomsom, susurro;
cheiro forte de desejo.
vontade de beber,
lamber.

cada beijo,
boemia diferente.
uma mesa de bar,
lembranças.

gosto de copo.
saliva. delicio-me.

cuspo.
depois, passo a língua.
meu violão em suas mãos.
você toca;
música e prazer.

à noite:
um beijo pra cada luz acesa da cidade,
pra cada estrela do céu distante
nessa imensidão.

pela manhã,
despejo, desprezo;
no lugar do beijo.

sempre acaba na melhor parte.

debaixo dos meus lençóis:
embraveço.

solitudine

única, na noite fria...
sento-me e cruzo minhas longas pernas brancas.
na frente: uma máquina ainda mais fria que a noite.
espero um gesto,
um olhar.
que não chega.

terça-feira, abril 18, 2006

joaquim silva


essa ânsia que invade de repente.
mostra uma beleza latente,
e me guia na estrada escura em sua direção.

o domínio do risco, da cólera.
desonra.

tenho que ir; ela espera.
- o que seria de mim sem ela?
que me presenteia:
despeja em meu colo essa beleza singular.
enigmática.

me faz extravasar.
enlouquece-me com sua graciosidade,
e decadência.

ela me atira à sujeira;
nos tornamos uma.

trago-a na alma.

me esfrego,
me arrasto,
me mancho inteira.

lambuzo-me da sua malícia.

deito em seu leito,
e embreago-me entre suas curvas.
me consagro na sua geografia.


essa volúpia que me mata e me faz viver.

- o que seria de mim sem ela?
a Joaquim Silva, bela.
a nossa rua,
dona da mais saborosa insanidade.

onde me farto de mim mesma
e dela.

domingo, abril 16, 2006

Nunca Mais

Foi-se a vontade por seu corpo,
onde nutria-me do mais profundo desejo.
Essa caverna de sorrisos,
de amores, latejo.

Essa lapa que matava minha sede,
me alimentava.

Nela me encontrei,
te encontrei.

Por ali suspirava.
Caminhando entre sua penugem,
sentia expelir.

Por ali,
acolhedora e acolhida.
Divertida, contente.

Eis que surgem as marcas.
Que ficaram, décadas enfurnadas.

Desabrocham as dores,
que viviam como flores naquele jardim.

A gruta de amores,
que por tantas me fez feliz;
Pôs-se oposta.

E se tornou minha cova.

terça-feira, abril 11, 2006

Nada.

envergonho-me perto de ti.
com tesão.
sem ação.

calo-me na calada da noite.
me deito, atônita comigo mesma.

tens a língua afiada, monamour..
tão afiada quanto a faca que habita em minha cabeceira.

e eu não te alcanço.

apenas lanço minha essência,
meu aroma,
implorando pra que sinta.

e então;
nada vezes nada.

domingo, abril 09, 2006

E G O

ego que odeio..
dos poetas mais desejados,
das mães relaxadas,
das vadias loucas!


ele inflama e dá febre.
me segura nesse mundo de poesias toscas.
me abraça,
acalentando minha insegurança.

jorra o sangue dos hipócritas,
me deixando descansada.
não mais precisarei fazer isso.


suja minha delicada e fina pele;
faz rangir meus dentes,
e consumir 1 kg de tabaco por dia.


exorcisa minha prepotência;
imenso.
passa por cima dela!


desanima;
quer ser alimentado vinte e quatro horas por dia,
e se faltar alimento:
faz cair, machucar, doer.

sábado, abril 08, 2006

Tua exuberância, então.


Minh'alma resplandece com teu toque..
liberta a paixão,
que voa como um cometa,
involuntariamente.

Meu ser é grande e esplendoroso..
quando perto do teu.
Ele se mostra à vontade.
E goza sem cessar.

A tua presença muda o mundo ao meu redor...
Quando o vento é voraz e a cor do céu ofusca meus olhos.
E continuo a gozar.

Sou tua, meu plebeu.
Tua exuberante rainha!

Quero-te aos meus pés, lambendo-os.
Quero-te ajoelhado, implorando por meu amor.
Pegar-te pelos longos cabelos, danificados pela lida, assim..
Fazer-te-ei meu rei. E que lindo Rei!

Tua dona, meu homem, meu prazer.
Seria tua, a exuberância, então...

sexta-feira, abril 07, 2006

Insano Amor


Tens tu, meu bem, na pele, a essência dos insanos,
a cor dos loucos,
e o brilho dos que se permitem viver na loucura.


Tens tu, meu bem, na boca, o hálito da liberdade!
O gosto do amor.
e a temperatura do conforto.


Quero te dar tratamento de choque.
Te deixar ainda mais louco,
e fazer com que teu coração tenha a fervura da paixão.


Quero te envolver,
te abraçar com a minha camisa de força,
e te cativar sempre.

Vivendo, meu bem, um amor insano.