terça-feira, maio 23, 2006

é do prazer que quer saber?






















e os meus lábios, úmidos,
nos seus sedentos.
suas mãos trêmulas
em minha carne, firme.
murmuro, grito.
faz-me calar a boca.
invade o labirinto que é meu corpo:
se perde, eu me perco.
tonteio.
te aperto, quente.
perduro...
quero mais.
é do prazer que quer saber?
faço irreverência:
no meu palco, nossa cama.
solo meu, onde crio raízes,
devoro-te, me alimento.
te amo, gozo.
dou frutos,
e deixo cicatrizes.

te sugo até a última gota.

terça-feira, maio 09, 2006

Assim


escrevi para a inauguração do blog e desapareceu dos meus arquivos. é bom... as ideias às vezes vão embora.














imagem de
Antônio Gonçalves Gomide - Nu


você me estimula.
me excita à vontade,
ímpeto de gritar.

me conduz..
meus dedos movem-se,
singulares.
minhas mãos trêmulas
abraçam as teclas.

quero cantar a verdade:
nua e crua.

você me fez expelir um sentimento com cheiro de mofo.
e ama-lo.
ele cresce:
dissipando-se.

delícia...

sou eu.
mostro meu íntimo..
deixo que invadam minhas entranhas.

é bom ser explícita.
gozar comigo.

desnudo-me.
quero aparecer:
nua e crua.

devolvo a roupa.
na verdade ela nunca foi minha:
é dela.

Olha pra cá.
no palco..
crua.

sinto-me livre..
com a excentricidade de uma libélula.
e a fome de um pássaro caçador.

não me cabe mais essa velharia,
roupas antigas,
retrógradas.
esses trapos arrombados.
merdas!

conforto meu ser quando grito por liberdade!

meu corpo nu vomita a poesia.

sim, eu quero amar..
e vou ser puta enquanto não encontrar.